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Alma Ébria

Contos, divagações, pensamentos, ideias que se transformam em palavras...

Alma Ébria

Contos, divagações, pensamentos, ideias que se transformam em palavras...

Desejos noturnos

16.12.24, almaebria

Sinto-me sozinha. O silêncio da casa é esmagador, e parece que o vazio se espalha por todo o lado. Deito-me na cama, tapo-me até ao pescoço e fico a olhar para o teto, sem saber o que fazer com os meus pensamentos. Eles começam a correr, um atrás do outro, até que me perco em memórias e desejos. Penso nele, no meu colega. Nos pequenos gestos, nas palavras que trocámos, no modo como os seus olhos se fixaram nos meus naquela vez.

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Fecho os olhos, não quero sentir a luz e viro-me ao contrário de barriga para baixo. Ele está sempre na minha cabeça, mesmo quando tento afastá-lo. Não consigo deixar de pensar no sorriso dele, na forma como fala, como me faz sentir. Às vezes, parece que ele também sente algo, mas nunca sei ao certo. Sinto uma mistura estranha de excitação e dúvida. Queria tanto que as coisas fossem diferentes, que ele me visse de outra maneira, mas ao mesmo tempo tenho medo. Medo do que isso significaria.

O calor do lençol contra a minha pele não me acalma. Fecho os olhos, e o meu corpo começa a imaginar o que seria estar mais perto dele, sentir o toque dele, talvez até beijá-lo. De repente, fico perdida nas ideias que me preenchem a mente, desejando algo que, talvez, nem tenha espaço para acontecer. Mas, enquanto a solidão me envolve, esses desejos tornam-se mais intensos e reais.

Os dedos deslizam pela pele, quase instintivamente, como se o meu corpo buscasse um alívio que a mente não pode oferecer. Fecho os olhos, e ele está ali, tão próximo, tão real. Imagino o toque, o calor, o desejo que não ouso confessar a ninguém.

Foto de DANNY G na Unsplash

 

 

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